quarta-feira, 14 de julho de 2010

Seguindo o Caminho - Parte I




Um necessário prefácio

Se Jesus viesse a nascer nos nossos dias, quantos o seguiria? Seria ele bem-vindo na atual sociedade? Há algumas pessoas que dizem: "Se Jesus viesse novamente hoje, ele seria crucificado outra vez." É tal afirmação procedente? E quais seriam as "credenciais de apresentação" do Cristo? Como ele seria recebido por nós? Se Cristo viesse nos dias de hoje, muitos pensam, ele apareceria dirigindo um Rolls-Royce, de terno e gravata, com um bigode bem feito e com um sapato tipo Sandalo Marteganni. Na verdade, foi nestes termos que os antigos dos dias de Jesus pensavam acerca do esperado Messias. Os judeus nos dias de Jesus esperavam que o Cristo viesse a nascer em "um berço de ouro", que ele fosse muito bonito, "chique", e que agisse de acordo com as regras e etiquetas da época. Sim, foi nestes termos que os judeus esperavam o Salvador. Aí veio Jesus, dizendo ser o Messias, o Rei, o Salvador de Israel. Contudo, ele não era bonito e nem "chique" [Isaías 53:2]; não havia nascido em "um berço de ouro" [Lucas 2:7], e Ele veio a crescer em uma cidade desprezada por todos – Nazaré, uma cidade desprovida de boa fama, sem nenhum glamour! [Mateus 2:23; João 1:46] Imagine só! O Rei dos reis veio a ser conhecido como Jesus de Nazaré!

A Cristo opinião pública e o

"Quem ele é?", esta foi a pergunta que acompanhou Jesus durante toda a sua vida. A singularidade do viver de Jesus de Nazaré realmente despertava a curiosidade de todos. Por onde ele passava, as pessoas tinham a consciência de que estavam diante de uma pessoa deveras singular. Sim, e ainda nos dias de hoje, os homens não param de se perguntar quanto a pessoa de Jesus: Quem é este homem?

"Mas como ele é contraditório!", muitos assim o julgaram ao ouvi-lo. Jesus era motivo de chacota para alguns, de amor para outros e mesmo de ódio para outras pessoas. Muitos ficavam confusos a respeito de Jesus.

As opiniões a cerca de Jesus de Nazaré eram diversificadas e até mesmo opostas! Alguém chegou a lhe confessar com bastante entusiasmo: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!" [Mateus 16:16b] Sim, muitos ousaram confessar ser Ele "o Cristo". [João 4:41; 7:41] Mas não era assim que todos pensavam acerca de Jesus.

Alguns se aproximaram de Jesus para proferir-lhe palavras agressivas e preconceituosas: "Tens demônio, além de ser samaritano!". [João 8:48] Procurando fazer com que outros ignorassem a Jesus, os opositores diziam: "Ele tem demônio, e está fora de si. Porque vocês prestam atenção as palavras dele?" [João 10:20] Porém, um daqueles que seguiam a Jesus de perto, lhe disse: "Tu tens as palavras da vida eterna!" – João 6:68b.

Sinal de contradição!

Deus manifesto em carne. Jesus, o Cristo tão esperado. [Isaías 9:6] Todavia, ele se manifestou como sendo o oposto do sonho da maioria do Seu povo! Ele nem sequer se comportava conforme a "etiqueta social"! – Note João 4:9.

Sim, "Jesus tem um comportamento bastante reprovável", pensavam alguns. Jesus foi mesmo chamado de "homem comilão e beberrão" e "amigo de ladrões e pecadores". [Note Mateus 11:19] "Por certo que ele não é o Messias. Vejam só! Ele é amigo de Maria Madalena, a pecadora, a prostituta!", assim pensavam outros. – Cf. Mateus 26:6-13; Lucas 7:37-39; João 11:1, 5; 12:1-3.

Nascido em um meio marcado por forte religiosidade, o proceder de Jesus tão inusitado foi alvo de escândalo. Jesus, o Cristo, nascera mesmo para ser o "sinal que é contraditado"! [Lucas 2:34]. O modo como ele falava e agia era um corte profundo em todo aquele quadro religioso! Muitos nele se escandalizavam! – Mateus 13:57.

O falar e a conduta de Jesus era realmente motivo de perturbação. O que ele na verdade queria transmitir com uma linguagem e conduta tão diferentes?

Os seguidores do Mestre Jesus

Jesus era tão intrigante mas ao mesmo tempo tão atraente! Devido ao Seu falar e comportamento inusitado, Jesus de Nazaré atraiu muitos seguidores. Eles vieram a reconhecê-lo como um verdadeiro rabino [João 1:38], diferente de todos quantos eles conheciam. Diz-nos o registro histórico: "A multidão se admirava da sua doutrina; porquanto ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas." – Mateus 7:28, 29.

Contudo, tanto amigos quantos inimigos de Jesus vieram a confessar dEle: "Jamais alguém falou como este homem!" – João 7:46.

O reconhecimento de Jesus qual Mestre foi mesmo reivindicado por ele: "Não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos." [Mateus 23:8] Sim, os que seguiam a Jesus o reconheceu como o Cristo, o único Rabino. De modo que Jesus falou-lhes: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou". [João 13:13] Mas qual teria sido o ensino central do Mestre Jesus de Nazaré?


"Você não lava as mãos antes de comer?"

Certa vez, os discípulos de Jesus foram fazer um lanche. No entanto, eles não tomaram o cuidado de lavar as mãos. Pois é, eles não observaram a regra da higiene "santa"! Por isso alguns se acharam no direito de puxar as orelhas dos seguidores do Cristo. [Marcos 7:2] "Viram só? Eles fizeram aquele ‘hot-dog’ com as mãos impuras! Como é que pode?" E então vieram censurar a Jesus: "Porque não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?" – Marcos 7:5.

Os discípulos de Jesus eram vistos como "os transgressores dos bons costumes – a tradição dos antigos". [Mateus 15:2] Os seguidores do Mestre de Nazaré não se importavam com o que os outros poderiam dizer. Mesmo que alguns viessem apontar-lhes a "santa lei de Deus", os discípulos somente se importavam com o que Jesus lhes tinha a dizer. Sim, eles vieram a entender que a vinda do Messias significava mesmo uma mudança de era: A lei divina seria ensinada e cumprida em sua essência, não mais de acordo com "a letra".

A questão do interno

Como vimos, os fariseus foram repreender os discípulos de Jesus porque estes "se esqueceram" de lavar as mãos antes de comerem pão. Por não terem feito o rito de "lavar as mãos", os seguidores do Mestre foram considerados quais "impuros" diante de Deus.

Os fariseus lavavam as mãos antes comer. Eles ostentavam tal ato exterior, pretendendo assim que as pessoas os vissem como "os puros". Todavia, Jesus alertou-lhes quanto a sujeira que os homens trazem dentro si: a ganância, a inveja, a malícia, o preconceito, o desejo de dominar sobre os outros... – Note Marcos 7:21-23.

Os fariseus e seus seguidores estavam interessados na "boa aparência". Eles realmente prezavam em serem "bons religiosos". Contudo, Jesus censurou-lhes ao compará-los aos sepulcros bem ornamentados por fora, mas contudo, destituídos de qualquer cousa aprazível no interior. – Mateus 23:27, 28.



O olhar do Senhor

O viver que agrada a Deus, longe de ser um viver de aparência conforme costumes religiosos, é aquele que atenta ao "homem interior". Um antigo sábio, inspirado pelo Espírito do Senhor, escreveu: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida." – Provérbios 4:23.

De fato, o que vemos externamente não é padrão para determinarmos o que o homem é no seu interior. Os fariseus que cuidavam-se em "purificar o exterior" pensavam que estavam garantindo "o homem interior". Eles estavam enganados como estão os muitos religiosos dos dias de hoje.

O Mestre deu-nos uma importante lição: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça". [João 7:24] Nosso Senhor assim falou em referência direta àqueles que cuidavam em observar a "circuncisão exterior". [João 7:21-23] É importante notarmos que o falar do Mestre foi mesmo o reafirmar de Suas palavras outrora ditas ao juiz Samuel: "...o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." – 1 Samuel 16:7.

Assim vemos que o "homem interior" é a chave de todas as coisas, a chave para um viver que conforme o agrado de Deus. E quem é que pode perscrutá-lo? Somente o nosso Senhor Jesus! Jesus é o único capaz de sondar o coração humano. [Apocalipse 2:23] Assim, não estamos autorizados pelo Senhor nosso Deus a usar qualquer régua para medir os nossos semelhantes!

E a opinião pública?

Ao pensarmos um pouco no que acabamos de ler, talvez nos venha tal pergunta: Será que o nosso Senhor se importa com a opinião pública? Que você diz? É realmente importante nos atermos aos comentários das outras pessoas a nós? Quanto esta questão te perturba?

Se você parar para pensar, perceberás o quanto existe de ilusão na sociedade, nos mais diversos âmbitos sociais. Em geral nós estamos sempre procurando se adequar aos outros. Queremos ser tidos por "normais" e "íntegros". Mas será que a "normalidade" pretendida e ditada pela sociedade é realmente cousa importante a qual devemos nos ater? E quanto a religião? Que conduta devemos ter?

Seguindo o Caminho

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